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30/07/2021

Esporte e finanças pessoais: o exemplo dos medalhistas olímpicos brasileiros para as novas gerações

Você já parou para pensar no que o esporte e as finanças pessoais têm em comum? Podemos elencar alguns aspectos: 

• O planejamento necessário que, quanto mais é seguido à risca, mais chances se tem de alcançar resultados expressivos;
• A superação de obstáculos — a princípio, parece extremamente distante vencer as dificuldades e alcançar o lugar mais alto, mas com dedicação, disciplina, foco e um toque de esperança, tudo é possível;
Quedas e derrotas fazem parte do caminho para te deixar mais forte, experiente e autoconfiante para os próximos desafios.

Quando falamos de medalhistas olímpicos, como os brasileiros que estão fazendo história nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, esta relação fica ainda mais clara, porque além de tudo, eles ainda se tornam um exemplo e uma inspiração para milhares de crianças e jovens de todas as classes sociais que sonham, um dia, em alcançar o lugar mais alto. Quer ver?

Esta é a melhor largada da história do Brasil em uma primeira semana de Olimpíadas. Já acumulamos 7 medalhas (até a redação desse artigo, sexta-feira, 30 de julho). Somente nesta quinta-feira (29), foram duas medalhas extremamente significativas: duas mulheres, sendo Rebeca Andrade de 22 anos, que conquistou a prata na ginástica artística individual feminina, a primeira medalha de brasileiras na modalidade, e Mayra Aguiar, 29 anos, que conquistou seu terceiro bronze, na terceira Olimpíada seguida!

Em comum, ambas têm uma trajetória de superação após graves lesões, as quais quase as deixaram fora dos jogos de Tóquio. Além disso, muitos dos atletas tem origem humilde, e representam esperança para toda uma comunidade ao seu redor.

Rebeca Andrade

A atleta é filha de mãe solo — como se chama quando o pai é vivo, porém não é presente na vida da criança —  que trabalhou duro como empregada doméstica para manter a filha na ginástica, e ainda criar os seus outros seis filhos. Dona Rosa contava com a ajuda do filho mais velho para levar Rebeca de bicicleta ou a pé para os treinos, quando não tinha dinheiro para a condução. O irmão, percebendo o talento e dedicação da irmã, fazia com ela o percurso de duas horas a pé. 

Rebeca Andrade sofreu sérias lesões, e precisou ter o joelho operado três vezes entre 2015 e 2019.  A atleta achou que não poderia voltar a competir em alto nível novamente, mas a mãe a incentivou a tentar, e dar uma chance para conhecer o corpo novamente. A persistência resultou na primeira medalha em Olimpíadas para uma ginasta artística brasileira — mulher, negra, de origem humilde. Da mesma forma que Daiane dos Santos foi uma inspiração para Rebeca, agora ela mesmo se torna um motivo para sonhar para milhares de crianças brasileiras que se iniciam na ginástica, ou que almejam vencer na vida de alguma forma. 

Mayra Aguiar

Natural de Porto Alegre, a judoca de 29 anos se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em esportes individuais, ao ganhar seu terceiro bronze seguido em Olimpíadas. Os pais a incentivaram a praticar um esporte e, aos 6 anos, ela se encontrou no Judô. Sempre alcançando as primeiras colocações desde o começo, Mayra é também a maior medalhista brasileira  na história dos Mundiais de Judô. 

Rayssa Leal

Nascida em em Imperatriz, no Maranhão, em 2008, Rayssa Leal é mais uma mulher a fazer história na estreia do skate em Olimpíadas. Com apenas 13 anos, Rayssa superou skatistas bem mais velhas e conquistou a prata no street skate em Tóquio. Ela já havia alcançado o vice-campeonato mundial e foi campeã brasileira nesta modalidade, ambos em 2019.

E não pense que foi fácil. Ainda muito jovem, Rayssa enfrentou o preconceito de familiares que achavam que o esporte não era para meninas. Mas ela não se abalou: “nunca desista dos seus sonhos. Comecei a andar de skate com apoio dos meus pais, mas muitas pessoas, até mesmo da minha família, quiseram me parar”, revelou.  

Rayssa Leal fez seu apelido como “Fadinha do skate” justamente andando vestida com uma fantasia de fada Sininho, do desenho Peter Pan, e recebeu reconhecimento até mesmo de Tony Hawk, um dos maiores skatistas de todos os tempos, que repostou um vídeo da garota, e vem apoiando o desenvolvimento da atleta. Ela reafirma que as mulheres podem chegar aonde quiserem, dando esperança e força às novas gerações.

Ítalo Ferreira

Nascido na pequena cidade de Baía Formosa, com cerca de 8 mil habitantes, no Rio Grande do Norte, Ítalo é filho de pescador. Sua mãe trabalhava na pousada onde moravam, e Ítalo sempre contou com o apoio da avó em sua criação. Quando começou a surfar, ainda não tinha a própria prancha. Ele usava o equipamento de primos e até mesmo pranchas de isopor. Aos 12 anos, em um evento para amadores, o talento de Ítalo impressionou  Luiz “Pinga”, então diretor de marketing da Oakley, uma das principais marcas de surf do mundo.

A partir de então, a vida de Ítalo começou a mudar. Pinga o convidou para treinar com grandes surfistas e foi treinador do atleta — hoje, Ítalo treina com o surfista australiano Andy King. Após ter conquistado o Campeonato Mundial de Surf em 2019, agora Ítalo é o primeiro campeão do Surf em Olimpíadas, já que a modalidade é estreante nos Jogos de Tóquio. Ele é outro nome que alimenta as esperanças dos pequenos surfistas humildes da Baía Formosa, assim como de todo o Brasil.

Outros brasileiros que vêm fazendo história nos Jogos de Tóquio 2020:

Fernando Scheffer, bronze na natação

O atleta de 23 anos não estava entre os favoritos e superou todos os seus recordes alcançando o bronze nos 200 metros livres. Ele precisou recorrer a uma bicicleta ergométrica alugada e a halteres para manter a forma durante a pandemia, e chegou a treinar até mesmo em um açude do sítio de um amigo durante o fechamento do clube onde se preparava. 

Kelvin Hoefler, prata no skate street

Assim como Rayssa, fez história conquistando a primeira prata masculina do esporte em jogos olímpicos. Na infância, andava de skate dentro de casa, já que sua rua era de terra. Aos 27 anos, celebrou a vitória, dando o recado: “isso aqui representa o skate brasileiro, a nossa garra e a nossa persistência. Isso aqui não é só meu, é o skate do Brasil que merece isso aqui, merece até mais”.

Daniel Cargnin, bronze no judô

Pouco antes de chegar aos jogos, em 2020, o gaúcho de Porto Alegre superou lesões e ainda a Covid-19. O jovem de 23 anos dedicou a vitória à mãe: “Acho que a gente sonhou junto isso, e vou ser bem sincero que queria era pegar, ligar para ela e falar que valeu à pena. Quando uma vez estava em um treino, pequeno, voltei chorando porque tinha apanhado muito. Ela falou: ‘não, Dani, vamos comer alguma coisa e amanhã é um novo dia.” 

Os atletas olímpicos são exemplo de superação para cada um seguir em frente a cada dia.  Independentemente de se tornar um atleta profissional, a prática de esportes desde a infância ajuda as crianças a desenvolverem disciplina e resiliência, duas características fundamentais para a fase adulta, seja no campo pessoal, profissional ou financeiro. Se você tem condições, matricule seu filho(a) em um esporte desde cedo!

Com informações de El País e Esportelandia