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10/11/2021

Análise: performance do Sebrae Previdência é destaque em período de depreciação dos ativos financeiros

Por Victor Hohl, Diretor de Investimentos do Sebrae Previdência

A crise novamente afetou o preço dos ativos financeiros, impactando os resultados dos investimentos em geral no mês de outubro. Até mesmo os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA) apresentaram retornos negativos, bem como a maioria dos índices de mercado (benchmarks). Porém, a performance do Sebrae Previdência foi, mais uma vez, destaque positivo no período.

O perfil Conservador segue superando o CDI no mês e no acumulado do ano, com retorno equivalente a 120% do CDI (a.a.). Os demais perfis de investimentos tiveram rentabilidades negativas em outubro — porém, bem menores que aquelas apresentadas pelos benchmarks (Ibovespa, IFIX, IMAB 5+ e IRF-M).

No ano, todos os perfis têm rentabilidade positiva, bem acima dos acumulados pelos principais índices de mercado, que continuam a apresentar resultados negativos. E considerando os 12 últimos meses, todos os nossos perfis superam o CDI.

Quando comparados com produtos de previdência complementar oferecidos por instituições financeiras (previdência aberta), observamos que os resultados dos investimentos dos planos Sebrae Previdência também têm destaques positivos. Na média, todos os fundos de previdência aberta oferecidos pelos bancos estão com performance negativa de 2,23%, no ano — número impactado pelo retorno negativo de 13,66%, no ano, da classe de maior risco desses fundos.

No mês de outubro, a inflação global consolidou-se como o principal tema dos mercados. Enquanto há alguns meses tal desequilíbrio mostrava-se pontual em segmentos específicos, hoje o fenômeno ocorre de forma mais espalhada e continuada. Além dos mercados de bens e energia, os setores imobiliário e de trabalho mostram quadro de alta pressão de preços, sobretudo nos países desenvolvidos. Dessa forma, o aperto monetário que se iniciou em diversos países emergentes começa a avançar nos países desenvolvidos. Isso colaborou para que o mês fosse marcado por uma importante reprecificação nos mercados de renda fixa global. No caso do Brasil, esse cenário foi agravado em função da quebra do regime fiscal, do aumento da incerteza e do aumento da inflação.

Esse panorama impactou negativamente os retornos dos papéis do Tesouro indexados ao IPCA e prefixados. Isso porque, quando as taxas de juros sobem, os preços dos papéis que foram emitidos anteriormente com taxas mais baixas caem — ou seja, na renda fixa existe uma relação inversa entre preços e taxas dos títulos (o nome do mecanismo que reflete isso é “marcação a mercado”). A queda é maior nos papéis com prazos mais longos, que têm uma volatilidade maior e são mais afetados em momentos de incerteza no cenário doméstico e externo. O índice IMA-B 5+, que acompanha o retorno desses títulos com vencimento acima de cinco anos, acumulava perda de 10,25% no período. Quanto à renda variável, o Ibovespa caiu 6,7% no mês, caminhando na direção oposta aos mercados americanos, onde S&P e Nasdaq subiram 6,9% e 7,9%, respectivamente.

Esses efeitos mais negativos foram mitigados na carteira do Sebrae Previdência porque, ao longo do ano: aumentamos a participação de títulos de crédito privados pós-fixados (que sofrem menos nesse cenário de subida de juros); aumentamos a exposição nos mercados externos (investimento no exterior); reduzimos a nossa posição em ativos de bolsa (Brasil), além de comprarmos proteções com opções de bolsa; também nos posicionamos taticamente em operações tomadas em juros; e finalmente montamos algumas posições compradas em dólar frente ao real. Para os próximos meses, essas posições devem sofrer alterações, dado o aparecimento de boas oportunidades no mercado de juros (renda fixa), e, com isso, esperamos que a rentabilidade seja sensivelmente melhor.