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11/11/2020

FoFs ganham impulso: instrumento dá mais flexibilidade de mandatos, permitindo diferentes estratégias de acordo com planos e perfis

 

Solução utilizada no Sebrae Previdência desde 2018 tem garantido excelente relação risco x retorno para a carteira de investimento

 

Os alocadores independentes em fundos que aplicam em cotas de fundos de investimento (FICs, ou FoFs na sigla em inglês) têm registrado um crescimento na demanda por esse instrumento por parte dos investidores brasileiros, particularmente neste ano em que ficou mais evidente o aumento do risco e da complexidade da gestão das carteiras. Uma das vantagens dos FoFs é a chance de poder escolher entre diferentes desenhos de mandatos, já que os fundos são flexíveis o suficiente para se adequarem a projetos customizados. E as casas alocadoras têm pressa para conquistar esse terreno, de olho em novas edições desses veículos com foco no exterior.

 

Estudo feito pela empresa ComDinheiro à pedido da Investidor Institucional levantou 447 fundos em funcionamento na data de 30 de setembro, atendendo ao critério de ter de um a 5 cotistas e alocar em pelo menos 5 gestores externos. Do total, 44 possuiam menos de 9 meses na data de corte e não foram analisados, mas optamos por mantê-los na listagem sem a rentabilidade. Outros 403 tinham 9 meses ou mais na data de corte, desses publicamos a rentabilidade acumulada no ano (9 meses), em 12 meses, 24 meses e 36 meses, seguida de comparativo em relação aos seus benchmarks (em pontos percentuais).

 

A Vinci Partners faz alocação em FoFs desde 2010, a maior parte deles para fundos de pensão mas um pouco também para investidores pessoas físicas. Há perfis diferenciados distribuídos entre mandatos que somam cerca de R$ 7 bilhões na casa só para Entidades Fechadas de Previdência Complementar. Nessa prateleira, há perfis diferenciados numa estrutura customizada de acordo com as necessidades e o porte das fundações e seus planos. Um deles é o mandato de renda variável que inclui vários tipos de proteções e hedges, produto que agrada às entidades sem estrutura interna de governança para fazer proteção em cenários de crise como aconteceu este ano, por exemplo, conta o CIO da casa, Fernando Lovisotto. Isso ajuda especialmente a proteger os planos CD contra momentos de grande estresse nos mercados.

 

Um segundo tipo de mandato é aquele em que a Vinci fica com todos os recursos da entidade e implementa o ALM que ela tiver definido, garantindo assim uma maneira de diversificar em todas as classes de ativos. Essa modalidade atende em particular os planos de menor porte. Em geral esse mandato atende até cinco planos por entidade e uma média de patrimônio de R$ 600 milhões.

 

Numa terceira modalidade estão os mandatos de exterior, num total de oito, que têm um foco diferente, contando com o expertise de uma equipe em Nova York. “Nosso universo em exterior é maior do que o dos feeders locais e inclui fundos sediados em Luxemburgo, o que melhora sensivelmente a relação retorno/risco”, conta o gestor. Um quarto tipo de mandato é voltado exclusivamente para os fundos multimercados e as fundações que preferem terceirizar apenas essa parte. Há também a possibilidade de uma EFPC investir em todas as classes de maior risco, que exigem maior experiência e agilidade, seja no exterior ou em multimercados estruturados, e ficar com a gestão interna apenas nas NTN-Bs. “Os fundos de pensão menores, por exemplo, preferem que nós façamos tudo, então há diversos escopos nesses mandatos e é essa diversidade que está fazendo o mercado de FoFs crescer tanto”, avalia Lovisotto.

 

Um dos pontos fundamentais da gestão da Vinci para esses produtos é manter conversas constantes com os clientes, seguindo seu ALM e ficar próxima dos consultores que atuam junto às entidades para assegurar que as suas políticas de investimento sejam implementadas da melhor maneira possível, com todas as alocações táticas e usando as proteções mais adequadas. “Essa relação garante a transparência e o administrador selecionado pela entidade recebe os dados completos da carteira”.

 

(...)

 

O crescimento da demanda dos institucionais por FoFs é visível na BNP Paribas Asset Management há pelo menos doze meses, diz o diretor responsável pela área de FICs na casa, Tiago Cesar. Esse tipo de veículo, já utilizado na asset há vinte anos, era mais comum entre os investidores pessoas físicas mas a indústria tem avançado nesse formato e despertado o interesse das fundações pela maior profissionalização da gestão. “O cenário de Selic baixa e as ferramentas tecnológicas levaram as EFPC a acessar o mercado inteiro e o maior valor dessa estrutura está em poder delegar a gestão para um alocador que faz todo o trabalho, inclusive o acompanhamento detalhado de todos os gestores e das estratégias dos fundos investidos”, enfatiza Cesar. O investidor compra um pacote completo e a estrutura combinada de custos ajuda a reduzir gastos.

 

Nas fundações que têm perfis de investimento - agressivo, moderado ou conservador -, fica mais simples também usar o FoF para gerenciar as migrações dos participantes entre os perfis. “Em 2020 isso ficou claro”, diz o gestor. A asset trabalha com o cliente e é comum que os consultores das entidades também participem desse trabalho, ajudando a definir a estrutura do fundo, se é para o plano inteiro ou só para uma parte dele, por exemplo a mais agressiva, e assim por diante. “Nós fazemos a gestão a partir dessa definição e montamos as carteiras, que podem ser mais ou menos restritas, para bater os benchmarks. Participamos da discussão sobre benchmarks mas o trabalho vai seguir aquilo que o cliente decidir”, comenta Cesar.

 

Entre as estratégias de renda fixa, renda variável, multimercados ou exterior há uma gama ampla de combinações de soluções que representam uma possibilidade de customização muito grande. “Os portfólios são bastante distintos entre si porque é o cliente quem define os detalhes”, conta. O formato tem sido tão bem assimilado que muitos fundos, tanto de renda fixa quanto multimercados, “viraram a chave” para esse modelo. À medida que o mercado fica mais sofisticado e heterogêneo, a BNP Paribas Asset Management ganhou novos mandatos e também converteu fundos ao modelo dos FoFs. Atualmente a casa tem R$ 5,6 bilhões sob gestão em fundos de fundos “mas ainda há bastante coisa na rua para acontecer”, diz o gestor.

 

Os FoFs de exterior, que a asset já oferece desde o ano passado, devem crescer. “Usamos a nossa plataforma para auxiliar os clientes a escolherem gestores lá fora, é uma carteira orgânica que sofreu no primeiro trimestre mas depois começou a ter um comportamento previsível pelo efeito da descorrelação com o Brasil. Em 2021 queremos introduzir mais investimentos sem relação com os fatores brasileiros”, afirma Cesar.

 

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Fonte: Revista Investidor Institucional