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07/10/2020
O mês de setembro foi negativo para praticamente todos os ativos financeiros, e dessa vez não estamos falando apenas dos ativos de risco, dos quais já é esperado momento de volatilidade. Até mesmo o ouro, que é considerado um ativo útil nos momentos de maior aversão a risco, bem como o Tesouro Selic (LFT), o investimento mais conservador da economia brasileira, perderam valor no mês de setembro. Apesar disso, o perfil conservador do Sebrae Previdência apresentou retorno bruto positivo no mês.
Abaixo, quadro resumo de desempenho dos principais indicadores de mercado, todos negativos no mês de setembro.
Assim, o Ibovespa terminou o mês com desvalorização de -4,80%, aos 94.603 pontos. No ano, acumula perda de -18,20% e de -9,68% em 12 meses.
Mas, o que chamou mesmo atenção foi a desvalorização do título público (LFT) que propõe a pagar variação da SELIC no seu vencimento. Diferentemente do que ocorre com os títulos pré-fixados e atrelados à inflação, que têm volatilidade bem mais alta, o Tesouro Selic não costuma dar retorno negativo, podendo ser vendido antes do fim do prazo sem perdas. Eventos como a desvalorização atual são bastante raros, e a volatilidade desses papéis costuma ser bem baixa. Risco de liquidez, idem
O péssimo desempenho dos ativos financeiros no mercado local possui forte conexão com a percepção dos agentes de mercado com relação à deterioração das contas públicas, com o aumento de gastos para combater os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus, e com a situação fiscal brasileira, que já era frágil. O mercado teme um aumento da dívida e do déficit públicos, ao mesmo tempo em que a economia vive um período de contração da atividade econômica.
Especificamente ao desempenho do Tesouro Selic (LFT), podemos atribuir à performance negativa no mês de setembro de 2020, a baixa remuneração da taxa de juros SELIC (2% a.a), que tem retirado o apetite do mercado para manter em suas carteiras os títulos indexados a esse indicador, especialmente no período que alguns itens primários da econômica começaram a apresentar pressão inflacionária.
Contudo, apesar da pouca rentabilidade esses títulos são bastante procurados para a composição de carteiras de investimento, devido à baixa volatilidade e elevada liquidez, o que contribuiu na redução de risco do portfólio dos investidores. Contudo, nesse mês, nem mesmo esse ativo resistiu, e em conjunto com os demais ativos de risco, contribuiu para a marcação de retornos negativos a grande maioria dos fundos de investimentos.
Abaixo, segue quadro comparativo com a mediana de retorno de todas as categorias de fundos multimercado do Brasil. Destaca-se que apenas uma categoria de fundo apresentou retorno levemente positivo, as demais 10 categorias tiveram retornos negativos.
Mesmo nesse contexto adverso, o perfil conservador conseguiu manter rentabilidade bruta positiva no mês de setembro. Abaixo, segue o resultado bruto dos perfis e do Plano Valor previdência, que mais uma vez superaram o desempenho dos principais indicadores de mercado (IBOVESPA, IMA-B, IHFA), apesar dos resultados negativos no mês.
Apesar de resultado mais atípico no mês de setembro, como consequência do cenário econômico atual, em 12 meses os perfis de investimentos e o Plano Valor Previdência superaram todos os principais indicadores de mercado (CDI, IBOVESPA, IFIX e IMA-B).
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