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07/02/2020

Brasileiro aumenta parcela em renda variável, mas diversificação ainda é maior entre mais ricos

A queda dos juros tem levado o investidor brasileiro a questionar o retorno de suas aplicações mais conservadoras e a migrar, ainda que lentamente, para ativos de maior risco, como fundos multimercado e de ações. A alocação, contudo, ainda varia muito conforme o volume do patrimônio aplicado. É o que mostra um levantamento divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) nesta quinta-feira (6).

O volume financeiro dos investidores de varejo cresceu 6,8%, de R$ 1,83 trilhão para R$ 1,96 trilhão, de 2018 para 2019. Dentro do portfólio, a maior parte (40%) segue na poupança, com volume de R$ 783,2 bilhões, um aumento de 7,2% ante 2018 – ainda que a caderneta perca, em rentabilidade, para as demais aplicações conservadoras. Isso porque com Selic a 4,25% ao ano, a poupança tende a render apenas 2,98%.

Na sequência do portfólio do varejo estão os fundos de investimento, com 33% do total, ou R$ 655,3 bilhões – 10% acima do ano anterior. Por fim, títulos e valores mobiliários, representados principalmente por CDBs, respondem por 26% da carteira do varejo, com um volume de R$ 517,7 bilhões, 2,6% superior ao de 2018.

Dentro da categoria de fundos de investimento, as carteiras de ações e os fundos imobiliários se destacaram em 2019, com crescimento em volume de 158,6% e 136%, respectivamente.

Segundo a Anbima, também houve alta na fatia alocada em fundos multimercados, de 31,2%, enquanto o volume de investimento do varejo em fundos de renda fixa caiu 3,2%.

Apesar da maior disposição dos investidores em tomarem risco, a participação de produtos de renda variável na carteira de fundos do varejo segue pouco expressiva. A maior parte dos recursos segue concentrada em produtos de renda fixa, com 69% do total, abaixo dos 78,3% de 2018.

A fatia dos fundos de ações subiu de 2,9% para 6,8%, de dezembro de 2018 para o fim de 2019, e a parcela dos multimercado cresceu de 15,5% para 18,5%.

O crescimento da demanda por ações também ocorreu de forma direta, não apenas via fundos. Em 2019, o volume do varejo em Bolsa subiu de R$ 58 bilhões para R$ 84,4 bilhões.

Varejo “alta renda”

Nem todos os clientes do varejo, contudo, investem da mesma forma. Pelo contrário. Quando comparados os clientes do varejo tradicional com os de alta renda, vemos que o percentual alocado em poupança cai significativamente, de 68,2% para 12,5%, abrindo espaço para novos produtos.

Essa diversificação consiste em uma participação maior de fundos de investimento, títulos públicos e privados, bem como na compra direta de ações, que subiu de 1,4%, no varejo tradicional, para 7,2% entre os de alta renda.

Na avaliação de José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, uma maior migração do varejo tradicional para a Bolsa deve acontecer com mais intensidade nos próximos meses, dado o momento de juros na mínima histórica e com distribuidores reforçando suas equipes de especialistas para assessorarem clientes.

Private

Entre os milionários, a maior parte do capital investido (51%) está em fundos de investimento, com R$ 664,4 bilhões. Neste caso, a preferência recai sobre multimercados, com participação de 31,8% nas carteiras.

Em 2019, ano em que o Ibovespa teve valorização de 31%, os investidores do segmento private também buscaram se expor a nomes individuais listados na Bolsa. No período, a fatia alocada diretamente em ações foi de 17%, ou R$ 223,6 bilhões, ante 13,6% em 2018.

Ainda na renda variável, fundos de ações também se destacaram, com alta de 6,1% para 8% nas carteiras.

Já a parcela mais conservadora dos portfólios correspondeu a 21%, ou R$ 275,8 bilhões, com os recursos investidos em ativos de renda fixa, como CDBs, títulos públicos e debêntures.

Segundo a Anbima, não há um valor determinado em aplicações para diferenciar o investidor de varejo tradicional do de alta renda. A regra é definida individualmente pelas instituições financeiras. Para o segmento private, contudo, são considerados investidores que possuem um patrimônio investido acima de R$ 3 milhões.

Fonte: Mariana d'Ávila, para o InfoMoney